O Fluxo de Caixa, que era entendido como ferramenta auxiliar na gestão financeira das empresas, tornou-se, com a Lei das S.A., uma obrigação. Porque a transparência dos balanços não é mais vista como um capricho interno, do gestor hábil e determinado a crescer. Tornou-se uma demonstração de respeito também ao público externo, ao mercado global. E passou a seguir as determinações legais de convergência às normas internacionais.
Por isso, as informações contábeis precisam ser exatas e de fácil leitura para não confundir investidores e a movimentação nas bolsas, que se pautam pelos números de todas as empresas, seja ela de capital aberto ou fechado, grande, pequena ou média, do setor A ou B, com potencial de crescimento ou recrudescimento.
O Fluxo de Caixa, nesse sentido, funciona como um dos principais instrumentos para avaliação do potencial da empresa, de sua capacidade de gerar recursos. Serve ainda de orientação ao investidor, seja o banco, ao abrir nova linha de crédito, seja o acionista, interessado em alavancar novos negócios.
Trata-se de um instrumento contábil construído a partir do levantamento de informações conhecidas e projetadas, que permitem a visualização de todas as entradas e saídas de recursos financeiros, distribuídos numa linha de tempo futuro.
No que diz respeito à gestão, por meio do Fluxo de Caixa, é possível avaliar o melhor momento de repor os estoques, comprar ativos, fazer investimentos ou promoções de vendas para melhorar o negócio.
De acordo com a Resolução CFC 1.296/2010, as empresas devem elaborar, portanto, demonstração dos fluxos de caixa de acordo com os requisitos da norma e apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada período.
Definições sobre o que deve constar no demonstrativo
Caixa: compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis.
Equivalentes de caixa: são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.
Fluxos de caixa: são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa.
Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades diferentes das de investimento e de financiamento.
Atividades de investimento: são as referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa.
Atividades de financiamento: são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade, não classificadas como atividade operacional.
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