Os especialistas em gestão não se cansam de dizer que a diferença entre uma empresa e outra, na competitividade, são as pessoas. Pois elas precisam estar preparadas para que o negócio prospere. Alessandro Natal, Coordenador Administrativo da empresa Fermentec, consultoria especializada em fermentação alcoólica, não pensa diferente. A diferença em sua análise está na objetividade em apontar os caminhos que as empresas devem seguir se quiserem superar suas limitações.
Segundo Natal, o caminho deve ser o mais simples possível: trabalho em equipe. Só que amparado por um princípio que não dá margem a superficialidades. A equipe precisa compreender que o conhecimento está acima de tudo e deve estar orientado por uma filosofia de conduta do tipo “conheças a ti mesmo e conhecerás o mundo”. Este autoconhecimento não pode estar desalinhado com os propósitos da empresa. Pois a identificação do colaborador com o trabalho que vai desenvolver na estrutura corporativa deve gerar comprometimento. A integração entre as partes, segundo ele, certamente gerará a sinergia necessária para o avanço constante.
Natal entende que as práticas empresariais de gestão, que levam em consideração o desenvolvimento humano, ganham importância nas empresas preocupadas em se ajustar para atender aos novos desafios do mercado. No entanto, o ambiente de trabalho da maioria das empresas brasileiras ainda é tomado por indefinições de procedimentos, as metas não são claras e há conflitos entre o que se almeja como negócio e o desejo profissional de seus colaboradores.
Bloqueios nas relações interpessoais e falta de transparência e constância de propósitos muitas vezes fazem com que colaboradores não se identifiquem com o projeto em que estão envolvidos. Com isso as empresas se desgastam e perdem o foco. O reflexo do desgaste é a perda da competitividade. A oxigenação desse tipo de ambiente só é possível com um bom líder, que consegue valorizar e aplicar corretamente as competências de sua equipe e investir no conceito do SER, sendo o S de sensibilizar, o E de educar e o R de realizar.
”O líder centralizador que dá ordem e delega funções não faz mais sentido, é coisa do passado”, diz Natal, dando seqüência a um raciocínio árduo e crítico aos empresários que buscam saídas fáceis aos seus problemas de gestão: “Bem como não faz mais sentido perder tempo em busca de um salvador da pátria para liderar equipes. Perde tempo e dinheiro a empresa que investir em palestras com conteúdos inaplicáveis, que não se ajustam à prática do dia a dia, e apenas mexem com o emocional das pessoas”.
O especialista diz com franqueza que não acredita em palestras motivacionais. “Elas são boas apenas para sensibilizar o ouvinte porque no dia seguinte, se as práticas de gestão não sustentarem o discurso motivacional, tudo o que foi dito fica disperso”. Em síntese, ele centra força na educação, no ambiente adequado de trabalho e na proposta de vida dos colaboradores, que são o pano de fundo para o envolvimento.
“A gestão de competências é a base do bom desempenho num modelo de liderança situacional, em que o perfil do colaborador é ajustado à tarefa que ele vai desempenhar na estrutura e as responsabilidades são bem definidas. Todo colaborador deve saber os seus limites e aceitar as críticas sem se esquivar de suas responsabilidades e de eventuais erros que possam cometer. A transparência nessa relação é um grande passo para que todos se superem e se desenvolvam. O grande líder é aquele que consegue criar esse ambiente sem se perder em invencionices”, conclui.
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